Para a minha prima B.C.
Quando eu a conheci
Era uma criança
Idêntica ás princesas dos livros,
Ás bonecas que qualquer menina quer ter.
Era Loira de olhos azulados,
Os dentes ainda de leite,
As mãos pequenas e macias,
E tinha voz de criança destemida.
Pequei-lhe ao colo tantas vezes
Brinquei á sardinha com ela,
Ah, ainda me lembro da partidas
Que com ela fazia!
Eu, a mais velha,
Ela a mais nova.
Junta, o demónio.
Agora a menina cresceu
Mede tanto como eu,
Ai, como me sinto velha!
Agora é quase uma mulher,
Forte que nem um rochedo,
Alta que nem um pinheiro,
Desdobrável que nem aço,
Esconde o que sente como um iceberg
Se oculta no mar,
Só ela sabe o que pensa,
Só ela sabe o que é.
Se chora? Se chora ninguém vê,
Se ri, ninguém sabe
Se na verdade quer chorar…
Pois, Enquanto lhe apregoo com coisas
Que outros chorariam
Ela risse connosco
Como se não a tivéssemos a massacrar.
Não fazemos por mal
Fazemos para a testar,
É a única que não se importa
Ao pelo menos é isso
Que quer demostrar.
E se cobiçarmos os olhos dela,
A ela dizemos mal,
Só para a provocar.
É prima minha,
Pequena para mim ainda,
Quem me dera que fosse ainda criança
Para eu continuar a protege-la,
Mas com tamanha mudança
Quem a protege melhor que ninguém
É somente ela…
Gosto tanto da minha Cinderela,
Da Bárbara Courela...
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